“Acção popular pela saúde e bem viver”
Este é o título da campanha para a transformação e descolonização dos sistemas de saúde na América Latina que o Movimento pela Saúde dos Povos ( MSP) está a desenvolver nesta região do mundo.
A América Latina vive um momento histórico fundamental e não é estranha à crise generalizada que o mundo enfrenta, que se reflecte, entre outras coisas, nas catástrofes naturais causadas pela acção humana, a crise energética, guerras, injustiça social, desigualdades, fome e doenças. As consequências da crise a todos os níveis, evidenciadas pela pandemia de Covid-19, que revelou os efeitos devastadores dos processos de exclusão social, enraizados no desmantelamento dos Estados, na mercantilização da vida, e nos governos no poder incapazes de responder às necessidades da população.
As diferentes tensões sociais levaram a mudanças na agenda pública do continente, onde as mudanças exigidas pelo povo para a justiça social, para uma boa vida, para a igualdade e equidade, para um modelo económico justo e sustentável, mas também para a construção de sistemas de saúde públicos, únicos, universais, integrais, soberanos e solidários, e contra a mercantilização da saúde, estão a começar a ser debatidas.
Com esta campanha, o MSP procura mobilizar a sociedade civil para criar propostas de debate e influenciar a tomada de decisões e a geração de políticas públicas que transformem sistemas de saúde privatizados, comercializados, segmentados e injustos em sistemas de saúde pública com acesso universal, sistemas de saúde pública equitativos e interculturais que garantam cuidados de saúde primários numa perspectiva de cuidados integrais, resgatando o direito à saúde como um direito humano fundamental garantido por um Estado e uma sociedade que promovem não só a equidade social mas também as suas próprias tradições culturais em matéria de saúde, em oposição ao modelo biomédico e às políticas de privatização do grande capital.
O objectivo é gerar convergência, debate e advocacia entre sectores da sociedade civil, a fim de construir uma agenda comum para a transformação dos sistemas de saúde na América Latina.
Com as imagens e vozes da luta dos povos para construir sistemas de saúde públicos, universais, abrangentes, solidários, equitativos e interculturais. Tanto as mensagens como o conteúdo desta campanha serão apresentados em espanhol, português e inglês para atingir uma vasta audiência na América Latina e não só. Esta campanha tem uma “Caixa de Ferramentas” para facilitar a sua divulgação.